Niepoort Tiara branco 2021/2022

Ano
€35.70
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94 pontos Robert Parker (2021)

The Wine Advocate
RP 94

Luis Gutiérrez: O Tiara branco 2021, o único vinho branco de solos graníticos num local específico (dois) no Douro, foi produzido com um blend de Rabigato (mais de 50%), Códega de Larinho, Donzelinho, Cercial e outras castas (talvez algum Alvarinho também) provenientes de vinhas muito velhas a 600 metros de altitude. Possui somente 11,6% de teor alcoólico, um pH de 3,19 e 5,9 gramas de acidez. Apresenta um caráter ligeiramente redutivo, com mineralidade (o caráter salino do granito) e precisão, sendo direto, com a sensação marcante dos solos graníticos, saboroso e vertical. Este vinho leva tempo para evoluir na garrafa e envelhece lentamente. Fermentou em aço inoxidável e amadureceu em foudres (de 1.300 a 2.500 litros) com fermentação malolática completa e permaneceu sobre as borras durante um ano. Foram produzidas 12.600 garrafas. O engarrafamento ocorreu em janeiro de 2023. Este estilo começou em 2012; antes disso, a vinificação era feita somente em aço inoxidável, sem fermentação malolática, numa tentativa de criar um Riesling com uvas do Douro.

Por onde começar? Conheço Dirk Niepoort há mais de 25 anos e acompanho os seus vinhos ao longo dos anos. Ele não para. Expandiu a sua empresa de maneira impressionante. Os vinhos tranquilos atingiram um novo patamar desde 2018 (estão sempre evoluindo, e mencionam 2013 e 2021 como outros anos de mudança) com a chegada do enólogo Luís Pedro Cândido da Silva e da nova geração da família Niepoort, especialmente seu filho, Daniel, que se juntou à equipe em 2020. Atualmente, eles produzem vinhos não só no Douro, mas em diversas regiões de Portugal—Dão, Alentejo, Vinho Verde, Bairrada...

O estilo dos vinhos é elegante, mas eles querem que os vinhos envelheçam na garrafa, por isso, para eles, tudo gira em torno do equilíbrio. Algumas vinhas e vinhos são certificados como orgânicos desde 2008. Todas as vinhas próprias são certificadas orgânicas, mas algumas das uvas compradas não. Daniel Niepoort, que está cada vez mais focado nas vinhas, disse que a produção orgânica é muito importante para ele, mas que os viticultores também são fundamentais. Eles querem manter o relacionamento com os produtores e servir de exemplo, mostrando que a viticultura orgânica é viável, convencendo-os pelo exemplo.

Em 2022, houve somente 202 litros de chuva (um pouco menos do que em 2003!), mas as vinhas se adaptaram à baixa disponibilidade de água e os rendimentos foram melhores do que o esperado. Houve alguma chuva durante a colheita e também fungos. Foi uma das safras mais desafiadoras para a viticultura, e algumas plantas morreram. No entanto, 2022 foi um grande ano para o Vinho do Porto. Já 2021 foi excelente para vinhos secos (mas não para o Porto), pois havia uma boa reserva de água nos solos. Consideram-no um ano agrícola perfeito, com bons rendimentos; a primavera e o verão foram amenos, resultando num ciclo mais longo e uma maturação perfeita das uvas. Pode ser comparado a 2018, 2008 e 2001—anos mais frescos e com maior acidez. O ano de 2020 foi quente e seco, o que garantiu uvas mais saudáveis, mas foi a safra marcada pela COVID-19, o que trouxe alguns desafios nos vinhedos; tudo foi atípico naquele ano. Quanto a 2023, apesar de ainda ser cedo para avaliar, o ano também foi excelente no Douro; para Luís Pedro, foi o melhor que ele já viu na região.